Protestos contra o PL da Dosimetria mobilizam 17 capitais e elevam tensão institucional
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12/14/20252 min read


Manifestantes realizaram atos neste domingo (14) em 17 capitais brasileiras contra o chamado PL da Dosimetria, projeto já aprovado pela Câmara dos Deputados que reduz o tempo de cumprimento de pena para crimes como tentativa de golpe de Estado ao acelerar a progressão do regime fechado para o semiaberto.
Os protestos também incorporaram críticas à anistia de envolvidos nos atos de 8 de Janeiro e ao papel do Congresso Nacional, especialmente da presidência da Câmara.
O que prevê o PL da Dosimetria
O texto aprovado estabelece mudanças relevantes na legislação penal:
Unificação de crimes:
O crime de golpe de Estado (pena de 4 a 12 anos) passa a absorver o crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos);Progressão de pena mais rápida:
Possibilidade de saída do regime fechado após 1/6 da pena, ante os 1/4 exigidos atualmente;Efeito direto em condenações já impostas:
Segundo cálculos do relator, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro poderia resultar em cerca de 2 anos e meio de prisão efetiva, ante mais de 27 anos fixados na sentença.
Leitura política e institucional
Os protestos revelam três vetores de tensão relevantes para o ambiente político:
Contestação social organizada
Diferentemente de atos episódicos, as manifestações ocorreram de forma coordenada, nacional e simultânea, indicando mobilização estruturada de movimentos sociais e partidos.
Pressão sobre o Senado
Com o projeto ainda pendente de análise no Senado, os atos funcionam como instrumento de pressão institucional, sinalizando que o custo político da aprovação pode aumentar.
Conflito narrativo entre Poderes
O PL reforça o embate entre:
Legislativo, que argumenta técnica penal e proporcionalidade;
Judiciário, que tem adotado leitura mais dura sobre crimes contra a democracia;
Sociedade civil, que reage ao risco percebido de impunidade.
Esse triângulo de tensão não é neutro para o mercado.
Impactos para o ambiente econômico e financeiro
Embora o debate seja penal, os reflexos são institucionais e econômicos:
Aumento do ruído político, sobretudo em Brasília;
Elevação do risco institucional percebido, especialmente por investidores estrangeiros;
Reforço da leitura de que regras podem ser alteradas com efeitos retroativos, o que afeta previsibilidade;
Maior volatilidade em ativos sensíveis a decisões políticas e judiciais.
Mercado precifica estabilidade institucional, não apenas fundamentos macroeconômicos.
Sugestão de investimento
Cenário-base:
Ambiente de tensão política elevada, incerteza regulatória e potencial conflito entre Poderes.
Estratégia recomendada:
Defensiva, diversificada e com proteção institucional
Possíveis alocações:
Tesouro IPCA+ (proteção contra inflação e instabilidade política);
Exposição parcial ao dólar (fundos cambiais ou ETFs);
ETFs internacionais (redução do risco Brasil);
Empresas exportadoras e dolarizadas (menor dependência do cenário político doméstico).
Evitar, no curto prazo:
Estatais fortemente reguladas;
Empresas dependentes de decisões legislativas ou judiciais;
Ativos com beta político elevado.
📌 Em momentos de ruído institucional, o foco deve ser preservação de capital e assimetria positiva de longo prazo.
