Governo lança IR Zero: quem ganha, quem perde e o impacto na economia
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12/1/20252 min read


O governo federal iniciou uma campanha publicitária — nas redes sociais e na TV — para promover a nova lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000 por mês, válida a partir de 2026.
A propaganda apresenta a medida como “justa” e parte de uma “conquista histórica do povo brasileiro”. O vídeo enfatiza que:
quem ganha até R$ 5.000 fica 100% isento;
entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350, haverá desconto automático;
quem ganha acima de R$ 50.000 pagará alíquota extra, com tributação progressiva sobre salários, dividendos, aluguéis e investimentos.
A mudança reduzirá o total de pagadores de IR de 44 milhões (2025) para 34 milhões (2026).
Politicamente, a medida mira especialmente os trabalhadores que, segundo análises eleitorais, votaram majoritariamente em Bolsonaro em 2022 — e entre os quais 70% serão beneficiados com a isenção. O governo espera que isso tenha impacto eleitoral favorável para Lula em 2026.
Análise Econômica
Efeito distributivo
A medida aumenta a renda disponível das famílias com rendimento entre 1 e 5 salários mínimos, elevando consumo no curto prazo, especialmente em:
varejo,
alimentos,
serviços,
bens de menor valor agregado.
Impacto fiscal
Redução da base de contribuintes em 10 milhões de pessoas.
Provável queda na arrecadação do IRPF, parcialmente compensada:
pela tributação maior sobre rendas altas,
por aumento de consumo (elevação de arrecadação indireta, como ICMS e PIS/Cofins),
por maior formalização da renda no piso salarial.
Sinal eleitoral
Trata-se de uma política voltada ao eleitor de renda média-baixa, com forte carga de comunicação (“pobres X ricos”), alinhada à estratégia de reeleição de 2026.
Análise Política
A campanha reforça uma narrativa central:
“Nós contra eles” (ricos x classe trabalhadora).
Busca converter um benefício econômico direto em apoio político.
O governo aposta que o efeito no holerite — salário “sem desconto de IR” — terá apelo eleitoral maior do que debates sobre política fiscal.
Sugestão de Investimento (Monitor Econômico)
Baseada nos efeitos econômicos prováveis desta política tributária.
Setores que tendem a se beneficiar:
Varejo e Consumo Interno
Com mais dinheiro no bolso para quem ganha até R$ 5.000, empresas ligadas ao consumo massificado tendem a sentir melhora:
Varejo de alimentos: Assaí, Atacadão (CRFB3)
Varejo geral: Magazine Luiza (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) — porém com maior risco
Serviços: educação básica, odontologia, serviços populares
Shopping Centers
Aumento de fluxo e ticket médio:
Iguatemi (IGTI11)
Multiplan (MULT3)
BR Malls / Aliansce Sonae (ALSO3)
Setor financeiro — bancos com foco em varejo
Mais renda disponível reduz inadimplência:
Banco do Brasil (BBAS3)
Bradesco (BBDC3)
Inter (BIDI11)
Fundos imobiliários de varejo (FIIs de shopping ou renda urbana)
Podem se beneficiar do aumento de consumo:
HGBS11
XPML11
BRCO11
Resumo da Recomendação
A política de IR zero até R$ 5 mil deve injetar renda no consumo das classes C e D, o que favorece varejo, serviços, shopping centers e bancos voltados ao varejo.
Bom momento para observar empresas e FIIs ligados ao consumo interno — especialmente os mais sólidos financeiramente.
