Bitcoin perde força após sinais mistos do Fed: o que está por trás da correção e o que esperar a seguir
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10/10/20253 min read


A pausa após o rali histórico
O Bitcoin (BTC) encerrou esta quinta-feira (9) em leve correção, caindo 2,08% e sendo cotado a US$ 120.876,90, segundo dados da Binance.
A retração ocorre após uma sequência de altas que levou a criptomoeda a renovar sua máxima histórica no início da semana.
O movimento reflete a cautela global diante dos sinais mistos do Federal Reserve (Fed) sobre o ritmo dos futuros cortes de juros nos EUA.
O cenário é de ajuste técnico saudável, após o ativo acumular mais de 30% de valorização em 2025, e acontece em meio à ausência de dados econômicos provocada pela paralisação parcial do governo americano, o que reduziu o fluxo de informações e elevou a volatilidade intradiária.
O que o Fed sinalizou — e por que o mercado reagiu
A ata mais recente do Fed revelou divergência interna entre dirigentes sobre quando e como reduzir os juros.
Enquanto alguns membros defendem cortes já no início de 2025, outros preferem esperar dados mais consistentes de inflação.
O resultado foi um sinal misto:
A ala “dovish” (mais flexível) manteve viva a expectativa de estímulo monetário;
Mas o grupo “hawkish” (mais conservador) reforçou o discurso de prudência, o que reduziu o apetite por risco globalmente.
Em resposta, os rendimentos dos Treasuries permaneceram próximos de 4,15%, o dólar ficou estável, e os investidores migraram para ouro e ativos defensivos.
O ouro, aliás, renovou recordes acima de US$ 4.000 por onça, sinal claro de busca por proteção patrimonial.
O impacto no mercado cripto
O Bitcoin perdeu suporte em US$ 122 mil, o que gerou liquidações de mais de US$ 125 milhões em posições compradas nas últimas 24h, segundo dados da CoinGlass.
Apesar disso, o BTC segue acima da média móvel de 200 dias (US$ 112 mil) — um nível estrutural de suporte que mantém o ciclo de alta tecnicamente intacto.
Altcoins tiveram desempenho mais fraco:
Ethereum (ETH): -4,13% (US$ 4.329,11)
BNB: -5,78% (US$ 1.239,81)
Dogecoin (DOGE): +0,70%
A dominância do Bitcoin subiu para 59,4%, o maior nível em quase dois meses — indicando fuga de capital para o ativo líder.
Interpretação: consolidação saudável antes da próxima onda
O analista Daniel Ascen, da Ascen Cripto, resume bem o cenário:
“A proximidade do topo histórico e o RSI elevado indicam espaço para movimentos bruscos — tanto correções quanto novas máximas. Mas os fundamentos institucionais seguem fortes.”
De fato, o aumento de fluxo em ETFs de Bitcoin e o interesse institucional crescente continuam dando suporte de longo prazo ao ativo.
A correção atual parece mais um respiro técnico do que uma reversão de tendência — típica das fases intermediárias de bull market.
Contexto global e correlação com metais preciosos
A retração do BTC coincidiu com o ajuste nos metais preciosos, após a prata cair 4% e o ouro devolver parte dos ganhos.
A correlação positiva entre Bitcoin e ouro se intensificou, refletindo a visão de ambos como refúgios diante da erosão monetária e da desaceleração global.
Com o shutdown parcial do governo americano e volatilidade elevada nos Treasuries, os traders preferem reduzir exposição em ativos de alto beta — o que explica o comportamento defensivo nas criptomoedas.
O que esperar daqui para frente
Zona de suporte: US$ 118.000 – US$ 112.000 (média de 200 dias)
Zona de resistência: US$ 124.000 – US$ 126.000 (topo histórico recente)
Catalisadores futuros:
Falas de dirigentes do Fed nas próximas semanas;
Dados de inflação dos EUA e China;
Fluxos de entrada em ETFs e fundos institucionais.
Se o Bitcoin mantiver suporte acima de US$ 112 mil, o mercado pode retomar força rumo a US$ 130 mil ainda em novembro.
Por outro lado, um rompimento abaixo desse nível abre espaço para correção mais ampla, testando US$ 104 mil.
