Bitcoin estende perdas após ameaças de Trump reacenderem guerra comercial com a China

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10/12/20252 min read

A tensão política que derrubou o mercado

O Bitcoin (BTC) voltou a cair neste sábado (11), acumulando perdas de 2,3% nas últimas 24 horas, após uma semana de forte volatilidade.
O movimento ocorre em meio à nova escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, reacendidas pelo anúncio do ex-presidente Donald Trump de que aplicará tarifas de 100% sobre todas as importações chinesas a partir de 1º de novembro.

Segundo analistas, essa foi a maior ameaça econômica desde o auge da guerra comercial entre as duas potências em 2019.

O que está acontecendo entre EUA e China

Trump também afirmou que os EUA imporão restrições severas à exportação de softwares críticos, ampliando o cerco a empresas de tecnologia chinesas.
A medida veio em resposta à decisão de Pequim de limitar a exportação de minerais de terras raras, essenciais para a indústria automotiva, de semicondutores e de defesa.

A China domina cerca de 70% da oferta global desses materiais — e qualquer interrupção pode gerar gargalos em cadeias produtivas no mundo todo.

O resultado foi um efeito dominó: bolsas em queda, dólar em alta e fuga dos investidores de ativos de risco — como as criptomoedas.

Como os mercados reagiram

Os principais índices americanos afundaram na sexta-feira:

  • S&P 500: -2,71%

  • Dow Jones: -1,90%

  • Nasdaq: -3,56%

O índice de volatilidade (VIX), conhecido como o “termômetro do medo”, disparou 31,8%, sinalizando um aumento na incerteza global.

Enquanto isso, o Bitcoin foi negociado a US$ 110.745 no início deste sábado, ampliando a sequência negativa que já acumula mais de 10% de perdas semanais.

O Ethereum (ETH) caiu 0,9% no dia e 12,2% na sexta-feira, enquanto XRP e Solana (SOL) recuaram entre 15% e 30%.

Por que a tensão afeta as criptomoedas

Embora muitos investidores enxerguem o Bitcoin como “porto seguro digital”, na prática, ele ainda se comporta como um ativo de risco — sensível a movimentos de liquidez e ao humor global.

Quando o medo domina o mercado, fundos e grandes players reduzem posições especulativas e priorizam ativos tradicionais (como dólar e títulos do Tesouro americano).

Isso explica por que, mesmo com fundamentos sólidos, o Bitcoin e o Ethereum sofreram neste cenário de “flight to safety” (fuga para segurança).

O que dizem os analistas

Dan Ives, analista da Wedbush Securities, explicou que a reação do mercado é “natural” após meses de calmaria:

“Esse aumento nas tensões criou um momento de nervosismo. Mas acreditamos que o impacto real será menor do que o mercado teme agora.”

Mesmo assim, Ives vê oportunidades de compra seletiva em empresas de tecnologia e semicondutores — e, por analogia, também nas quedas do mercado cripto, que tende a se recuperar quando o pânico diminui.